Reproduzimos a carta do movimento com seu posicionamento e reivindicações:
"A partir do dia 24/02, uma nova linha de ônibus vai atender a região do Butantã, zona oeste de São Paulo. A notícia poderia ser muito boa, mas não é. O 8018/21, a nova linha de ônibus em questão, fará o trajeto entre a Vila Gomes e o metrô Butantã nos horários de pico (das 5h às 9h e das 16h às 20h). Mais uma vez, os usuários do transporte público não foram ouvidos. Mais uma vez os mesmos erros foram cometidos.
O 8018/21 nunca foi necessário. A criação desta linha é ainda mais ofensiva que a circulação do 8018/10 Vila Gomes - Vila Sônia. A proposta de criação deste itinerário foi feita na concentração para a primeira manifestação pelo retorno da linha 577T/10 Jardim Miriam - Vila Gomes e causou indignação nos manifestantes. Definitivamente, a reivindicação do Movimento Volta Jd. Miriam/ Vl. Gomes não é essa.
Os problemas no transporte público da Vila Gomes começaram a aparecer em outubro, mês em que a linha 577T/10, o azulzinho, teve seu ponto final transferido para o metrô Ana Rosa. Desde então, moradores do bairro e arredores começaram a lutar pelo retorno da linha, que passava por mais de 15 hospitais e atendia vias importantes como Rebouças, Paulista, Vergueiro, Domingos de Moraes e Jabaquara. Sem analisar as verdadeiras necessidades da região, a solução encontrada pela Prefeitura foi colocar a linha 8018/10. Os dois bairros são praticamente vizinhos. Não é a toa que essa linha de ônibus quase sempre está vazia.
A retirada do 577T foi, acima de tudo, um desrespeito com os idosos que residem na Vila Gomes. Segundo o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o bairro tem o setor censitário paulistano com o segundo maior número de idosos, entre os mais de 18 mil setores censitários existentes na cidade. Em 2010, 166 moradores da Vila Gomes tinham mais de 80 anos. Ainda segundo o IBGE, pouco mais de 10 mil idosos vivem no distrito do Butantã. Esses idosos dependiam do 577T para ir aos hospitais. Como achar correto o fato de pessoas com dificuldades de locomoção serem obrigadas a fazer várias integrações ou enfrentar os longos caminhos do metrô? Mesmo com elevadores no metrô, a viagem fica muito mais demorada e desgastante sob os trilhos para quem já chegou na terceira idade. Uma linha que vai até o metrô Butantã no horário de pico não resolverá os problemas dessas pessoas, portanto é inútil.
Reorganização e fim da sobreposição de linhas. Essas foram as principais justificativas da Prefeitura para os cortes de linha em São Paulo. No papel, é tudo perfeito: cortam-se as linhas que fazem a ligação centro-bairro, levam-se os usuários para o metrô e todos ficam satisfeitos. A realidade é outra: os ônibus vindos de outros bairros ficam mais lotados, o metrô, ainda mais saturado, o tempo de viagem aumenta e todos ficam estressados. Só quem passa por isso todos os dias sabe o tamanho dos sofrimentos e dificuldades. Para finalizar, uma contradição: se o objetivo é acabar com as sobreposições, a criação do 8018/21 já começou errada.
Nós não vamos parar enquanto não formos ouvidos! Não vamos parar enquanto o azulzinho não voltar!"
O 8018/21 nunca foi necessário. A criação desta linha é ainda mais ofensiva que a circulação do 8018/10 Vila Gomes - Vila Sônia. A proposta de criação deste itinerário foi feita na concentração para a primeira manifestação pelo retorno da linha 577T/10 Jardim Miriam - Vila Gomes e causou indignação nos manifestantes. Definitivamente, a reivindicação do Movimento Volta Jd. Miriam/ Vl. Gomes não é essa.
Os problemas no transporte público da Vila Gomes começaram a aparecer em outubro, mês em que a linha 577T/10, o azulzinho, teve seu ponto final transferido para o metrô Ana Rosa. Desde então, moradores do bairro e arredores começaram a lutar pelo retorno da linha, que passava por mais de 15 hospitais e atendia vias importantes como Rebouças, Paulista, Vergueiro, Domingos de Moraes e Jabaquara. Sem analisar as verdadeiras necessidades da região, a solução encontrada pela Prefeitura foi colocar a linha 8018/10. Os dois bairros são praticamente vizinhos. Não é a toa que essa linha de ônibus quase sempre está vazia.
A retirada do 577T foi, acima de tudo, um desrespeito com os idosos que residem na Vila Gomes. Segundo o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o bairro tem o setor censitário paulistano com o segundo maior número de idosos, entre os mais de 18 mil setores censitários existentes na cidade. Em 2010, 166 moradores da Vila Gomes tinham mais de 80 anos. Ainda segundo o IBGE, pouco mais de 10 mil idosos vivem no distrito do Butantã. Esses idosos dependiam do 577T para ir aos hospitais. Como achar correto o fato de pessoas com dificuldades de locomoção serem obrigadas a fazer várias integrações ou enfrentar os longos caminhos do metrô? Mesmo com elevadores no metrô, a viagem fica muito mais demorada e desgastante sob os trilhos para quem já chegou na terceira idade. Uma linha que vai até o metrô Butantã no horário de pico não resolverá os problemas dessas pessoas, portanto é inútil.
Reorganização e fim da sobreposição de linhas. Essas foram as principais justificativas da Prefeitura para os cortes de linha em São Paulo. No papel, é tudo perfeito: cortam-se as linhas que fazem a ligação centro-bairro, levam-se os usuários para o metrô e todos ficam satisfeitos. A realidade é outra: os ônibus vindos de outros bairros ficam mais lotados, o metrô, ainda mais saturado, o tempo de viagem aumenta e todos ficam estressados. Só quem passa por isso todos os dias sabe o tamanho dos sofrimentos e dificuldades. Para finalizar, uma contradição: se o objetivo é acabar com as sobreposições, a criação do 8018/21 já começou errada.
Nós não vamos parar enquanto não formos ouvidos! Não vamos parar enquanto o azulzinho não voltar!"