Rede: Uma Estrutura Alternativa de Organização
Francisco Whitaker
As
redes constituem uma proposta democrática de realização do trabalho coletivo e
de circulação do fluxo de informações, elementos essenciais para o processo
cotidiano de transformação social.
Uma
estrutura em pirâmide corresponde ao que seu próprio nome indica: as pessoas ou
entidades se organizam em níveis hierárquicos, que se superpõem, cada nível
compreendendo menos integrante do que o nível inferior. O conjunto se afunila a
partir de uma base que pode ser mais ou menos ampla, para chegar a um topo no
qual pode se encontrar um único integrante – o “chefe”. A comunicação entre
integrantes de diferentes níveis se faz de cima para baixo ou de baixo para
cima, através dos níveis intermediários àqueles que se comunicam.
Esse
tipo de organização é mais usual por causa da influência da cultura dos modos
de agir dominantes. Imita-se, quase naturalmente, a estruturação piramidal da
riqueza e do poder da sociedade em que vivemos. Além disso, no confronto ou
negociação entre organizações colocam-se sempre, frente a frente, seus
responsáveis ou dirigentes, ou seja, os topos das respectivas pirâmides – numa
perspectiva de poder versus contra–poder, todas se vêem, portanto, praticamente
obrigadas a assim se estruturar.
Uma
estrutura em rede – que é uma alternativa à estrutura piramidal – corresponde
também ao que seu próprio nome indica: seus integrantes se ligam
horizontalmente a todos os demais, diretamente ou através dos que os cercam. O
conjunto resultante é como uma malha de múltiplos fios, que pode se espalhar
indefinidamente para todos os lados sem que nenhum dos seus nós possa ser
considerado principal ou central, nem representante dos demais; não há um
“chefe”, o que há é uma vontade de realizar determinado objetivo.
Se
a estrutura em pirâmide é mais difundida nas organizações sociais – pelo menos
em nossa cultura ocidental, as redes encontram seu apoio na observação das
estruturas da natureza, em geral horizontais. Na biologia se constata, por
exemplo, que as bactérias se multiplicam em rede, e podem ter um poder
destruidor fatal.
Redes e pirâmides
Embora
as redes muitas vezes surjam como reação a problemas que se criam com as
pirâmides, elas não pretendem necessariamente substituir ou se contrapor às
estruturas piramidais. Há situações em que somente estas parecem ser possíveis
ou desejáveis. Em outras, a estrutura em rede pode ser mais favorável à
realização dos objetivos perseguidos. E há ainda situações em que o melhor
seria exatamente a combinação de ambas as estruturas.
Este
parece ser o caso em ações políticas, inclusive nos próprios partidos
políticos, tradicionalmente piramidais. Uma pirâmide partidária cortada por
diferentes tipos de redes pode receber através delas uma ventilação que
descongelará tendências à cristalização de propostas, iniciativas e máquinas
burocráticas. Ao mesmo tempo, como as redes são necessariamente abertas
horizontalmente, através delas se pode desbloquear e ampliar cada vez mais a
entrada de novos participantes na ação partidária e no próprio partido.
Concentração
e desconcentração
O
que a organização piramidal superpõe, de fato, são níveis de poder de decisão,
e com eles a responsabilidade pela realização dos objetivos perseguidos. Esse
poder e essa responsabilidade vão se concentrando da base da pirâmide ao seu
topo, passando por tantas instâncias intermediárias quanto o tamanho da
organização o exigir, de modo inversamente proporcional ao número dos que se
encontram em cada nível: na base muitos, com pouco poder e pouca
responsabilidade; no topo poucos com muito poder e muita responsabilidade. Na
estrutura organizacional em rede – horizontal – todos têm o mesmo poder de
decisão, porque decidem somente sobre sua própria ação e não sobre a dos
outros. Não há dirigentes nem dirigidos, ou os que mandam mais e os que mandam
menos. E todos têm o mesmo nível de responsabilidade – que se transforma em
co-responsabilidade – na realização dos objetivos da rede.
Informação
e poder
Os
elos básicos – os fios – que dão consistência a uma rede são as informações que
transitam pelos canais que interligam seus integrantes. Inclusive podem se
organizar redes com o único objetivo de intercâmbio de informações.
Informação
é poder. Nas pirâmides, o poder se concentra, por isso também a informação, que
se esconde ou se guarda para ser usada no momento oportuno, com vistas a se
acumular e se concentrar mais poder. Nas redes, o poder se desconcentra, por
isso também a informação, que se distribui e se divulga para que todos tenham
acesso ao poder que sua posse representa.
Como
as redes não comportam centros ou níveis diferentes de poder, a livre
circulação de informação – a livre intercomunicação horizontal – torna-se assim
uma exigência essencial para o bom funcionamento de uma rede. Todos os seus
membros têm que ter acesso a todas as informações que nela circulem, pelos
canais que os interliguem. Não podem existir circuitos únicos ou reservados,
para que canais que eventualmente se bloqueiem não impeçam que a circulação da
informação se faça livre e múltipla.
Numa
pirâmide, a informação circula verticalmente, por causa dos canais previamente
determinados, de baixo para cima, para orientar decisões; ou de cima para
baixo, sob a forma de ordens ou orientações. É fundamental respeitar esses
canais, porque curtos-circuitos podem prejudicar o funcionamento do conjunto.
Mas se a circulação de baixo para cima se bloquear em alguma instância
intermediária, os dirigentes correm o risco de deixar de tomar conhecimento de informações de que só a base dispõe. Ou de
propostas que esta queira fazer chegar aos seus dirigentes. O inverso pode
também ocorrer, impedindo que a base venha a receber informações que a cúpula
pretendeu lhe transmitir, ou mesmo suas ordens e orientações.
Disciplina
e comando
Quanto
mais a realização dos objetivos da organização depende da ação disciplinada de
todos que a integram, mas tende a organizar-se em pirâmide, com seus níveis
superiores comandando e controlando a ação dos inferiores.
Quando
a realização de um objetivo depende menos da disciplina dos participantes do
que do engajamento consciente de todos na ação, menos cabe comandar e controlar
o que os outros fazem ou deixam de fazer: tem que se contar é com a lealdade de
cada um para todos, baseada na co-responsabilidade e na capacidade de
iniciativa de cada um, e a organização pode ser feita numa estrutura em rede,
horizontal.
Um
paralelo com os militares pode ser elucidativo: os exércitos convencionais são
necessária e rigidamente piramidais; os corpos guerrilheiros tendem a se
horizontalizar, em rede.
Representação
e delegação de poder
Uma
estrutura piramidal se baseia na possibilidade de representação: cada nível da
pirâmide se faz representar pelos que se concentram no nível que lhe é
superior. Delega-se o poder – e com ele parte da responsabilidade – de baixo
para cima. A mesma delegação pode ser devolvida, de cima para baixo, instância
por instância, na organização da ação.
Numa
estrutura horizontal, não existe representação. Cada membro da organização é
autônomo em sua ação, mas responsável pelos seus efeitos na realização dos
objetivos do conjunto. Se há delegações de poder, por acordo entre os que
delegam e os que recebem, não se estabelecem níveis mas sim tipos diferentes de
responsabilidade, com vistas à realização dos objetivos perseguidos.
Democracia
O
caráter mais ou menos democrático de uma
organização piramidal depende do modo como são escolhidos seus dirigentes: por
designação de cima para baixo ou por eleição de baixo para cima. No caso de
eleição, como se apresentam as
candidaturas, quem pode se candidatar, se a eleição é direta ou
indireta, quem vota, qual o tempo de mandato, como se faz a renovação e como se
pode destituir um responsável ou dirigente.
Numa
organização horizontal essas questões não se colocam. Seu caráter mais ou menos
democrático se mede pela sua abertura à entrada de novos membros, assim como à
possibilidade de cada membro se desligar quando o considerar conveniente, sem
que isso seja considerado um abandono nem uma traição.
O
funcionamento mais ou menos democrático de uma organização piramidal depende da
freqüência e do modo como seus
dirigentes informam e consultam as bases, do caráter mais ou menos verdadeiro
dessas consultas, do respeito que esses dirigentes têm pelas opções das bases,
dos meios de que estas dispõem para fazer valer sua vontade junto aos seus
dirigentes.
O funcionamento mais ou menos democrático de
uma organização em rede é medido do pela real liberdade de circulação de
informações em seu interior e portanto, pela inexistência de censuras,
controles, hierarquizações ou manipulações nessa circulação.
Redes
e informática
Pode-se
dizer que as redes são estruturas que foram se tornando cada vez mais possíveis
com o progresso tecnológico: do correio e telégrafo, ao avião, ao rádio, ao
telefone, ao fax e aos meios de comunicação de massa, o mundo se transformou
numa imensa rede com cada vez menos barreiras à livre circulação de
informações. As atuais possibilidades oferecidas pela informática – na rapidez
da comunicação e na estocagem da informação – podem dar uma extrema eficácia a
redes constituídas com objetivos específicos, assim como assegurar
efetivamente plena liberdade de
circulação de informações entre seus integrantes.
Nesta
perspectiva, as pirâmides podem ser consideradas como estruturas antiquadas,
que a livre circulação de informações do mundo moderno tende a minar
inexoravelmente ao permitir o rompimento de bloqueios antes considerados
insuperáveis.
Riscos
das pirâmides
As estruturas
piramidais contêm, em sua própria lógica, dinâmicas perversas, que podem
dificultar a realização de seus objetivos e inclusive destruí-las a partir de
dentro delas mesmas.
Uma
das principais é a luta pelo poder e a competição que se estabelece em seu
interior para se “subir na pirâmide”, com todas as manipulações disso
decorrentes. Quando os adversários ou inimigos de uma organização sabem
utilizar dessas dinâmicas para dividi-las, lutas internas podem fragilizá-las e
mesmo paralizar sua ação. Outra dinâmica perversa é o bloqueio – intencional ou
não da circulação de informações. Ele pode levar ao isolamento ou ao
distanciamento dos dirigentes em relação às bases e virce-versa, ou à
ineficácia das decisões da cúpula. Nas
estruturas horizontais em rede ninguém pode “subir” a um nível mais alto do que
os demais, nem pretender concentrar ou esconder informações: a livre circulação
de informações é a condição básica de existência das redes.
Mudanças
culturais
Redes pirâmides
funcionam melhor se entre seus membros se aprofundar a colaboração, a
solidariedade, a ajuda mútua, a transparência e a co-responsabilidade.
Estas
condições se desenvolvem no entanto mais facilmente em estruturas horizontais
do que em estruturas piramidais. O exercício da liberdade, responsabilidade e
democratização da informação que a lógica das redes desenvolve, ajuda a mudar,
nos seus participantes, os padrões de dominação, competição, autoritarismo e
manipulação que a cultura dominante introjeta em cada um de nós; uma prática
nova que reeduca – embora esta reeducação possa ser um processo lento de
superação dos hábitos, métodos e perspectivas que nos cercam de todos os lados,
continuamente.
A
própria noção da gratuidade e desinteresse pessoal, essencial para o
desenvolvimento da solidariedade, ganha uma dimensão social mais realista: ela
pode ser entendida numa perspectiva de reciprocidade aberta na troca de informações – que são
poder – feita através da rede. As redes se contrapõem portanto à cultura do
“guardar para si” e do “levar vantagem”, ao permitir que, pela colocação em
comum do que cada um dispõe, todos ganhem.
Quem
se associa a uma rede para “subir” ou para instrumentalizá-la, com objetivos
pessoais ou grupais, logo percebe que esse espaço não lhe é propício porque não
contém nenhum “poder” a ser tomado: o “poder”
numa rede pertence a todos os seus integrantes. Ele é o “poder conjunto”
de todos que a integram, e só é efetivamente poder exatamente se não concentrar
em nenhum membro em particular, ou seja, todos os seus membros se dispõem a
“ceder” informação – aos demais.
A
combinação de redes e pirâmides na ação política pode, portanto, introduzir nas
pirâmides, através de militantes que participem de ambas as estruturas, um
contra-veneno importante às dinâmicas perversas que tendem a deteriorar
partidos e movimentos políticos.
Uma
organização piramidal que pretendesse ser efetivamente democrática teria que
ser como uma pirâmide invertida: o pequeno número daqueles que concentrassem
maior poder o exerceriam como serviço, de baixo para cima, como uma raiz que
alimentasse o número crescente daqueles que assumiram plena e conscientemente a
realização dos objetivos da organização.
Essa
mudança radical de visão da organização piramidal só seria possível, no
entanto, a partir das mudanças culturais induzidas pela prática das redes.
Tipos
de redes
Uma
rede pode interligar tanto unicamente pessoas, como unicamente entidades, como
pessoas e entidade. As pessoas e/ou entidades interligadas numa rede podem ser
do mesmo tipo ou inteiramente heterogêneas. Tudo depende tão somente dos
objetivos a que e rede se propõe.
As
redes podem ser também de diferentes tamanhos – de uma equipe que trabalhe em
rede a uma rede de bairro ou de sala de aula, até uma rede internacional. Podem
existir igualmente redes de redes. E dentro de uma rede podem se formar sub
redes, com objetivos específicos.
A
interligação em rede, de pessoas e/ou entidades, se estabelece a partir da
identificação de objetivos comuns e/ou complementares cuja realização melhor se
assegurará com a formação da rede. Esses objetivos podem ser:
·
a
circulação de informações, base comum do funcionamento de todo e qualquer tipo
de rede;
·
a
formação de seus membros;
·
a
criação de laços de solidariedade entre os membros;
·
a
realização de ações em conjunto.
Quando
se propõe, numa rede, uma ação conjunta, está não precisará ser necessariamente
assumida por todos os seus integrantes, mas somente por aqueles que livre e
autonomamente decidirem participar. Numa rede ninguém pode ser massa de manobra
de ninguém.
Uma
rede constituída somente para a circulação de informações ou para a formação de
seus membros pode propiciar o aparecimento de ações de solidariedade ou de
ações conjuntas não previstas em seus
objetivos iniciais.
As
ações conjuntas, por sua vez, poderão comportar a conjugação ou a articulação
de atividades de tipo diferente, que se apóiem e se complementem, a partir das
possibilidades específicas de cada um de seus integrantes. As ações políticas
que combinem planejadamente diferentes tipos de ação podem ter uma força muito
maior do que aquelas desenvolvidas através de um único tipo de atuação.
Participação
A participação dos
que se integram a uma ação coletiva pode ser:
·
livre
e consciente, todos agindo como sujeitos;
·
manipulada
e controlada, em que os que a executam se sentem como sujeitos mas de fato não
são;
·
imposta,
em que os executores agem como objetos de uma decisão superior.
Numa
organização piramidal, os objetivos podem ser alcançados com a participação
imposta através da disciplina e do controle, ou mesmo da repressão sobre os que
não obedeçam ou reajam às ordens. Há também organizações piramidais que
consideram esses métodos anti-democráticos ou ineficazes, e preferem ganhar a
adesão dos executores da ação através de diferentes tipos e técnicas de
envolvimento, que conduzem a uma aparente livre participação.
Numa
organização em rede só pode haver participação livre e consciente de seus
membros. Se não existir esse tipo de participação, a rede não se consolida nem
se mantém: tende pouco a pouco a se desfazer. Ao contrário, se uma rede for
“assumida” por um número crescente de seus membros, que coloquem a serviço da
realização dos seus objetivos sua capacidade de iniciativa e de ação, ela se
adensa e se fortalece cada vez mais. Uma rede não se move porque uma voz de
comando a mobilizou: ela se move quando todos e cada um de seus membros
começam, por decisão própria, a se mover. Uma rede é como um corpo: todos os
seus membros a fazem funcionar, todos são a rede, nas suas ligações uns com os
outros.
A
participação assumida, livre e consciente dos que realizam uma ação coletiva –
e isto vale para redes e para pirâmides – será tanto maior quanto mais forem
preenchidas três condições básicas:
·
que
a realização do objetivo perseguido seja vital para quem participe da ação;
·
que
o objetivo só possa ser alcançado se houver efetiva participação; e
·
que
seja aceito como legítimo, pelos participantes da ação, o poder dos que
dirigem, coordenam ou servem os que agem.
Como
se organizar em rede
Sem
termos consciência exata disso, todos nós participamos de diferentes tipos de
redes informais, nas quais entramos e saímos segundo as circunstâncias de
nossas vidas.
Para
se constituir uma rede formal, o primeiro passo será identificar claramente seu
objetivo: o que visam os que assim querem se organizar. Se este objetivo for
minimamente vital para estes participantes, e só puder ser alcançado pela sua
organização e participação, as condições básicas começam a ser preenchidas.
Em
uma rede todos são iguais, todos tem iniciativa, todos são sujeitos de sua ação
e co-responsáveis pela ação da rede, todos guardam sua liberdade. Mas pode
haver uma distribuição de funções. Ora a circulação de informações – a livre
intercomunicação – é o elo básico das redes, como vimos. Mas ela não acontecerá
de forma espontânea e desorganizada:
ainda que necessária e vital, os integrantes de uma rede tem que saber enviá-la
e como, a quem pedi-las e como.
Uma
rede supõe, portanto, algum tipo de serviço que facilite essa circulação, por
exemplo, um secretariado ou conjunto de secretariados interligados. Sua função
de facilitadores da intercomunicação – e não de dirigentes, comandantes ou
coordenadores da rede – não lhes dá no entanto o poder de controlar, esconder,
hierarquizar, selecionar, e censurar ou orientar a informação que deva
circular.
Tais
secretariados, que “servem” à rede, devem ter seu poder legitimado pelos seus
participantes. Ou seja, têm que ser aceitos ou escolhidos e “sustentados”
materialmente, direta ou indiretamente, por eles.
A
circulação de informações supõe também algum tipo de suporte sistemático –
escrito, gráfico, auditivo ou informatizado – que faça chegar a informação ao
conjunto de participantes, no ritmo, freqüência e modo estabelecido de comum
acordo por eles. Todos têm que ter acesso livre a esse suporte e suas
comunicações têm que ser por ele difundidas aos demais. Regras estabelecidas de
comum acordo podem fixar limites quanto a dimensão, freqüência e mesmo conteúdo
das mensagens, para se adequarem aos meios disponíveis e aos objetivos da rede.
Se
algum participante quiser fazer uma proposta de ação conjunta, esta deverá
circular por toda a rede como qualquer outra mensagem. As informações sobre o
andamento dessa organização e da própria ação constituem mensagens que
circularão pela rede, como as demais, se seus organizadores quiseram
comunicá-las aos demais.
Os
participantes de uma rede podem se encontrar pessoalmente e se reunir sempre
que o considerarem necessário ou possível – para debater questões ou mesmo
simplesmente para festejar. Dependendo das dimensões da rede, tais encontros
podem ser um elemento importante – e mesmo decisivo – de uma consolidação,
pelas relações interpessoais de amizade que assim se estabelecem. Nenhuma
reunião desse tipo pode ter, no entanto caráter deliberativo para o conjunto de
participantes de rede. Quaisquer deliberações só vinculam aqueles que as tenham assumido.
Uma
rede está sempre aberta à entrada de novos membros que aceitem as regras de intercomunicação
estabelecidas, ainda que as mesmas possam e devam ser revistas à medida que a
rede vá realizando seus objetivos ou definindo novos. O desligamento de
qualquer de seus membros não deve, por outro lado, constituir problema, para
que se segura e liberdade e opção de cada um.
Chico
Whitaker
Artigo publicado na
revista:
MUTAÇÕES
SOCIAIS
Publicação
trimestral do CEDAC/Ano 2/nº 3
Março/abril/Maio
de 1993
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