Reunião GT Mobilidade da REDE Butantã
22 de agosto de 2015
Participantes:
Lúcia, Viviana, Ana Aragão, Élio, Roldão, Cacildo, João Victor, Bruno, Rafael, Andrew, Marcia.
Principais discussões e encaminhamentos:
1. Edital da licitação (pontos fundamentais com *):
*a. Texto do APÉ servirá de base para as críticas do GT sobre o Centro de Controle Operacional, que achamos que é um avanço, mas que deve ser desvinculado dessa licitação. Queremos participação dos cidadãos no planejamento, com direito a voto, e assento dos empresários sem voto;
*b. Duração dos contratos será redigida pela Marcia a partir do texto que já enviamos acrescentando outros argumentos contrários à duração de 20 anos renováveis por mais 20;
c. Parâmetros mínimos de qualidade para as linhas serão redigidos pelo Élio e pelo Bruno com base no que está no nosso documento original, aprofundado e exemplificado. Ponto 3.5.1 da minuta do edital;
d. Procedimentos da licitação para garantir participação serão redigidos pelo Élio e pelo Rafael com base em texto do IDEC;
2. Desenho das linhas:
a. Viviana vai falar com a Simone, da Diagonal, para se certificar de que eles mesmos protocolem os desenhos de linhas na SPTrans;
b. Marcia vai tentar o contato com as empresas Oficina e Logit para ver se conseguimos marcar uma reunião do GT Mobilidade com eles para falar especificamente sobre o Butantã e tentar conseguir oficinas de participação na região;
c. Dá para pensar em oficinas para o ano que vem também, junto com os Planos Regionais que articularão os planos setoriais das outras secretarias.
3. Reunião com o Jilmar Tatto amanhã:
a. Rafael, João Victor e Marcia irão à reunião para tentar falar sobre os assuntos considerados mais importantes no GT;
_______________________________________________________________________Reunião da comunidade, Rede Butantã e conselheiros participativos do Butantã, com Jilmar Tatto e representantes da Secretaria Municipal de Transportes e SPTrans
29 de julho de 2015
A reunião foi agendada pelos Conselheiros de Transporte e
Trânsito da região Oeste (mas são do Butantã), Élio Camargo e João Victor
Pavesi. Estavam presentes o Secretário Jilmar Tatto e a Diretora Geral da
SPTrans, Ana Odila, bem como os técnicos Rosilda, Vasco e Levi (que esteve na
reunião da última quinta-feira do CPM-BT).
Como conselheiros participativos estávamos Carmen, Paulo Lomar,
Werner Regenthal e Marcia Gregori.
Do GT Mobilidade da Rede Butantã, Élio, João Victor, Lúcia,
Viviana, Andrew, Werner, Rafael, Gabriella, Cacildo e Marcia. (Espero não ter
esquecido ninguém...)
Em primeiro lugar a Ana Odila defendeu o corte das linhas e
disse que para racionalizar o sistema é preciso cortar e acabar ao máximo com
as sobreposições. Apresentou novos desenhos de pontos de ônibus mais próximos
para facilitar as transferências etc. e tal. Tudo o que quem esteve presente às
apresentações da Subprefeitura já conhece.
Contra-argumentamos que para essa proposta dar certo é preciso
fazer remuneração por custo operacional do sistema e não por passageiro
transportado. Mas tenho a impressão de que eles já têm uma fórmula que é de 50%
por passageiro transportado, 40% por custo operacional e 10% por qualidade do
sistema e dos ônibus. Insistimos que essa não seria uma boa proporção e que
então seria melhor se eles seguissem a proposta do Sandroni de remunerar as
empresas 10% por qualidade, 20% por passageiro e 70% por custo operacional.
Eles inclusive me pediram para fazer a ponte entre o Sandroni e a Secretaria para
aprofundar o conhecimento sobre esse assunto. Já fiz o contato com o Sandroni.
Vamos ver se ele se interessa.
A diretora da SPTrans, Ana Odila, concebe essa
"racionalização" das linhas, isto é, este seccionamento das linhas
mais longas, como algo a ser acompanhado de uma intensificação da frequência
muito maior do que hoje, e de melhoria dos entornos dos pontos de ônibus, com
calçadas, sinalização, luz, etc. de tal forma que quem descer de um ônibus e
precisar esperar pelo próximo, ou tiver que andar para um ponto próximo para
fazer baldeação não tenha problemas nem espere mais do que... três minutos,
segundo ela. Evidente que a palavra "racionalização" provoca
arrepios... mas, também segundo a própria, algumas linhas longas continuarão -
as mais importantes. Um dos problemas é que no Butantã já cortaram várias
linhas longas sem que tenham implementado esse admirável mundo novo antes, para
que pudéssemos viver as maravilhas de tal projeto utópico.
Outro ponto a destacar é que essa licitação de agora implicaria
uma revisão a cada quatro anos para ajustar as linhas, etc. a novas
necessidades e políticas públicas.
Ainda: que eles são uma equipe pequena e não conseguem conhecer
cada região. Apenas propor princípios gerais para a cidade, a serem adaptados a
cada caso.
Portanto, o Butantã poderia ser piloto da nova configuração das
linhas pois o nosso grupo apresentou um documento que demonstra conhecimento e
tem propostas.
Que eles fazem pesquisa de origem e destino com os passageiros
dos ônibus mas não com os motoristas de carro particular. O que significa que
os trajetos que não existem, e as ruas entupidas por trânsito de pessoas que
fazem os tais trajetos transversais não estão delineados.
Para pensar em trajetos transversais para nossa região é
necessário ter pontos de parada claros (ex. no Bonfiglioli: onde estacionariam
os tais micro-ônibus?).
Que no segundo semestre já será implantado o sistema de bilhete
único recarregável na catraca do ônibus.
Falamos sobre a Faixa na Raposo, pedimos ajuda ao poder
municipal nesta luta e eles estão sabendo, são totalmente de acordo e estão e
pressionando o governo estadual. Mas essa é uma negociação emperrada pelo
governador, por isso precisamos continuar pressionando com mobilização.
A Rosilda ficou de nos passar todo o material sobre a licitação
e o desenho das linhas no Butantã para que possamos analisar e fazer propostas.
O Paulo Lomar, como advogado, vai nos ajudar a ler a minuta do edital da
licitação e vários colegas do GT Mobilidade da Rede Butantã, que têm afinidade
com os programas de desenho que a prefeitura utiliza vão ajudar a olhar as
propostas e a desenhar novas linhas. Nós já temos conhecimento acumulado para
saber o que é bom ou não. Mas acho que precisamos ficar atentos quanto à
remuneração das empresas, pois este é o pulo do gato.
Estamos preocupados com o desenho dessas novas linhas. Sugerimos
que a prefeitura organizasse oficinas públicas no Butantã com a ajuda da
Subprefeitura para que fizéssemos esses desenhos. No entanto, eles disseram que
não será possível e que nós é que devemos nos encarregar disso.
Vejo alguns problemas nessa sugestão deles:
1. A Ana Odila já nos falou que "não é para vir com linha
cortada refeita". Ou seja, nós teríamos que desenhar as linhas de acordo
com os princípios deles e esses princípios podem funcionar na maioria dos
casos, mas não necessariamente em todos. Ou seja, vamos fazer o papel de
assumir um corte de linha, por exemplo, quando isso deve caber ao poder
público?
2. Não temos estrutura, pessoal ou disponibilidade para fazer
esses desenhos completos. Acho que podemos pensar em organizar JUNTO com a
Subprefeitura umas atividades para desenho de linha, mas não daremos conta de
fazer tudo.
3. O corte de linhas "racionaliza" o sistema, mas tudo
depende de como eles vão remunerar as empresas de ônibus. Se continuarem
privilegiando o pagamento por passageiro transportado, o corte de linha servirá
para dar mais lucro aos empresários e não para nos dar um sistema de qualidade.
Elaborado por Márcia Gregori.
Contribuíram João Vitor Pavesi e Viviana Bosi
Reunião GT Mobilidade Urbana da Rede
Butantã
17 de Maio de
2014
Parque
Previdência
Das 10h às 13h30.
Participantes:
Werner, Lenina,
Roldão, Sonia, Ana Aragão, Élio, João Victor, Chicão, Toufik (Teo), Theodoro,
Renato, Cacildo, Thiago, Lúcia, Viviana, Márcia.
Memória:
João Victor e
Élio contaram sobre a eleição para o Conselho Municipal de Transporte e
Trânsito, cujo primeiro pleito foi impugnado por uma chapa que se sentiu
prejudicada pelo regimento. A segunda eleição contou com menor número de chapas
– apenas 4, contra 13 da primeira eleição – sendo uma ligada à CET, outra aos
perueiros, uma da Lapa e uma do Butantã (formada pelo João Victor e pelo Élio),
que saiu vencedora por quatro votos. Foram cerca de 220 votantes e a eleição da
chapa do Butantã já saiu publicada no DOM, tendo sido a posse marcada para dia
11 de junho. No conselho a configuração tem predominância do poder público e
dos empresários (1/3 para cada um) e seu limite é justo, visto que é um
conselho apenas consultivo. A idéia da gestão de João e Élio é conseguir acesso
ao maior número de dados para trazê-los à população para discussão. É
importante que os dois se apresentem no Conselho Participativo Municipal como
conselheiros eleitos para o CMTT.
A partir do dia
31 de maio, a linha 577-T, mais conhecida por “Azulzinho” volta a circular até
a região da Paulista, numa conquista importante do movimento popular do
Butantã. A conquista rendeu frutos que extrapolam a volta da linha e que tocam
na questão da importância da mobilização na conquista da cidadania. Num
seminário com várias secretarias de transporte da região metropolitana os dois
conselheiros foram convidados para falar sobre a mobilização pela volta do
azulzinho. Esta mobilização deve se direcionar agora para a reivindicação que se
mostrou prioritária neste momento: o Corredor de Ônibus na Raposo.
No encontro com
o secretário adjunto de Transportes na Casa de Cultura houve demandas locais
muito fortes. Entre elas da Vila Dalva, do Jardim Jaqueline, da Vila Sônia e do
Monte Kemel. O Secretário adjunto ficou de responder às questões a ele
entregues em breve (temos de cobrar) de voltar o “Azulzinho até o final de maio
e de terminar a ciclovia até Taboão (completando a sinalização e proteção).
Também se tratou da estação Butantã do Metrô, que é gerenciada pelo governo do
Estado, e o problema da Lei que define a necessidade de estudo de Pólo Gerador
de Tráfego não abranger obras públicas como as Estações de Metrô, o que nos
indica que a Lei deve ser corrigida agora, neste momento de revisão dos
instrumentos de planejamento da cidade, para passar a incluir também esses
pólos. E como o diálogo entre Estado e Município é bastante difícil temos que
fazer esse papel de facilitar o encontro Metrô/Secretaria Municipal de
Transportes. O CADES-BT é um instrumento de pressão também.
No encontro com
os alunos de graduação da FAU falou-se bastante sobre mobilidade no Butantã e
sua ligação com a habitação. Os alunos se ofereceram para vetorizar as linhas
que levantamos e a Marcia já enviou os arquivos a eles para que possam agilizar
o trabalho.
O encontro na
FAU suscitou uma discussão sobre como podemos mobilizar os alunos e a
universidade para trabalhar junto com a comunidade. Como os alunos acabam
“engolidos” pela faculdade e se preocupando mais em entregar os trabalhos, é
preciso focar nos professores. Há várias experiências anteriores de aproximação
da Universidade com o “mundo real” e podemos pensar em fazer uma ponte com os
professores e alunos via GT Mobilidade, servindo de facilitadores dessa
aproximação. Outro papel importante é fornecer repertório para os alunos
desenvolverem projetos com nossos assuntos e usar os canais para que eles nos
ajudem. Algumas estratégias foram sugeridas:
1.
Entrar em contato, no inicio dos semestres, com a direção, com
professores e/ou alunos para que disponibilizem ao final do período letivo os
projetos realizados;
2.
Pensar em projetos de extensão que já fazem essa ligação
universidade/sociedade, e propor um tempo estendido, de cinco anos, por exemplo,
para desenvolver um projeto vinculado a algum ou alguns professores; onde a
ação dos alunos seja adaptada a essa dinâmica semestral de participação.
3.
Demandar dos professores que retomem os avanços e que promovam trabalhos
a partir dos trabalhos anteriores realizados;
4.
Convidar, sempre que possível, os alunos para estes momentos de debate e
interlocução da comunidade com as empresas e poder público e tentar desta forma
plantar a semente nos alunos, para se envolverem nessas temáticas para além da
universidade, em seus futuros trabalhos profissionais ou de pesquisa. É até
possível, conseguir parceria com alguns deles e que passem a militar por essas
causas, como já tivemos vários exemplos anteriormente.
5.
Empresa júnior é também uma possibilidade na universidade, uma vez que
há uma estrutura que continua independentemente do aluno que lá está,
permitindo uma continuidade do trabalho;
Pensando no envolvimento
de outros jovens, Chicão propôs propiciar o debate com aqueles que participam
do Fórum da Criança e do Adolescente (FoCA-BT) sobre as temáticas da
Mobilidade.
Seria interessante se
apropriar de boas experiências em Mobilidade, que ocorreram em outras cidades,
como Bogotá, Nova York e Berlim, privilegiando o uso de bicicletas e a
circulação de pedestres.
Élio e João Victor foram a uma reunião do APE, que é uma
turma da Poli que tem um escritório piloto sobre mobilidade. Agora estão
focados na questão do seccionamento de linhas, principalmente no Jd. Ângela. A
primeira discussão deles já virou um artigo enviado pelo João ao grupo que tratava da questão do transporte público
24 horas. No “Azulzinho” essa discussão está na pauta junto com o seccionamento
e a faixa exclusiva da Raposo.
Na reunião do
Educandário, que teve a presença de representantes das cooperativas de ônibus,
da CET e da Sptrans, o movimento pela faixa da Raposo também foi uma
deliberação tirada e a proposta de reunião sobre o tema é de que aconteça no
sábado, dia 24 de maio, no Jardim Jaqueline (local ainda a confirmar). Roldão
lembra que relacionada ao tema, há uma discussão na Subprefeitura sobre a
construção de uma marginal na Raposo entre o Jd. Boa Vista e o Peri Peri (corpo
de bombeiros);
Lúcia falou
sobre o levantamento das linhas feito até o momento: foram feitas as 124 linhas
laranjas, que são da zona oeste. Os trajetos foram formatados e impressos ainda
individualmente pela Márcia para se ter uma visão preliminar de conjunto.
Algumas linhas não passam no Butantã (já foram descartadas pela Marcia) e há linhas
de outras cores que também passam pelo Butantã e que precisam ser mapeadas.
Segundo o Élio há aproximadamente 6 linhas não laranja no Butantã: Rio Pequeno – Ipiranga (verde), Santana – USP
e Casa Verde – USP (azuis), e três linhas da Francisco Morato: Santa Cruz,
Princesa Isabel e Paraíso/Aclimação (marron) Há também as intermunicipais que
ficarão para um segundo momento. João Victor comenta que há uma grande
quantidade de empresas de telemarketing que se localizam nos municípios
vizinhos como Carapicuíba e Cotia e mobilizam uma quantidade de usuários jovens
trabalhadores dos ônibus intermunicipais do Butantã para acessar essas cidades.
A idéia do
mapeamento é:
1. Identificar
os trajetos;
2. Tabelar
horários e freqüências e com esse dados pretende-se identificar buracos de
trajetos e horários.
3. E para obter
mais dados concretos para além do deslocamento casa-trabalho, será feito um
questionário/roteiro para ser discutido (em reuniões presenciais) nas
comunidades onde se identificarem esses vácuos. Os bairros que já apresentaram
demandas, Vila Dalva, Jardim Jaqueline, Vila Nova Esperança, Vila Sônia e Monte
Kemel, serão locais obrigatórios para marcar essa conversa com a comunidade.
Também poderíamos aproveitar a presença do programa CET nos Bairros, para
essa interlocução com as comunidades. A programação da CET está no site. O
encontro no Jaqueline dia 24 poderia ser a primeira oportunidade.
Encaminhamentos:
1. Viviana vai
completar o questionário/roteiro iniciado pela Lúcia e propor uma agenda;
2. Lúcia vai
colocar no Google Docs uma tabela única onde os dados de horário e frequência
serão inseridos por aqueles que já fizeram o mapeamento (cada um se
responsabilizará pelo seu lote de linhas);
3. Marcia vai
sobrepor as linhas levantadas até agora e vai tentar encontrá-las vetorizadas
também na SPTrans;
4. João Victor
vai procurar as linhas vetorizadas no CTT e na Emplasa;
5. Téo vai
tentar via Transparência (www.livreacesso.net)
6. Thiago vai
procurar e enviar para o grupo links, levantamentos e projetos do Ciclocidade,
inclusive um levantamento sobre rotas de desejo dos ciclistas. A pesquisa de
Origem-Destino (OD) de ciclistas no Butantã pode ser solicitado diretamente na
página do Ciclocidade.
7. Fica
definido o segundo Sábado do mês para as reuniões regulares do GT Mobilidade
Urbana da Rede Butantã, sempre no Parque Previdência, às 10 horas (a menos em
datas de exceção, discutidas na reunião anterior) Assim, a próxima reunião do
GT está agendada para dia 14 de junho no Parque Previdência, às 10 h. Para a
reunião devemos providenciar velas de citronela, pó de café e alguns
tira-gostos.
MG/LMC
21.05.2014Reunião GT Mobilidade Urbana Butantã – 8 de março de 2014.
Bate-papo com Lúcio
Gregori
Lúcio propõe observar dois artigos publicados no Estadão
naquela semana: “A demagogia dos ônibus”- de 7 de março de 2014 - e “Haddad
admite pela primeira vez abrir mão de corredor de ônibus”- de 7 de março de
2014;
A partir dos artigos, fala do custo da passagem hoje, que
deveria pagar parte de um sistema com uma frota nova, com ar condicionado, no
máximo 5 passageiros por metro quadrado no horário de pico. Nesse caso, qual
seria o custo da passagem? Muito mais do que os R$3,00 cobrados hoje. Ou seja,
seria necessário um alto subsídio. Em Talin, capital da Estônia, há 70% de
subsídio para a tarifa de ônibus. Em São Paulo, temos 15% e no resto do Brasil,
ele é cruzado ou não há.
No Ciclo de Debates “Pensando São Paulo”, de 2012, um
caderno da Escola da Câmara, há vários artigos falando sobre a cidade de São
Paulo. O Lúcio escreveu um artigo falando da qualidade do sistema de transporte
coletivo e dos ônibus. Ele enviará o PDF desse caderno para o GT.
Lenina fala do metrô como sistema estrutural na cidade,
devendo os outros modais se adequar a seus eixos.
Lúcio coloca que o metrô é um sistema tronco-alimentado. Ele
funciona numa linha reta ida e volta, alimentado pelas linhas de ônibus. No
entanto essa estrutura só funciona com uma rede de metrô extensa, construída
junto com a cidade. Uma alternativa seria as linhas de ônibus serem um sistema
tronco-alimentado.
É preciso que haja mediação com os usuários.
Werner sugere que se pense num órgão metropolitano que
integre o sistema de transportes da metrópole, pois hoje o metrô é do estado,
os ônibus são municipais, há ônibus intermunicipais. Esse sistema não é
integrado nem eficiente.
A Região Metropolitana de São Paulo foi criada em 1973.
Em 1988 foi discutida a importância da autonomia municipal.
E o transporte considerado um serviço de peculiar interesse de cada município.
A EMTU tem um alcance limitado porque não pode entrar mais
do que X km dentro de outro município. Hoje, a mesma empresa que trabalha para
a EMTU, fornece uma linha municipal para a prefeitura da cidade.
Portanto, com certeza temos de ter uma autoridade
metropolitana.
Téo fala da relação entre transporte- especulação imobiliária
e pergunta por que não há sanções se o serviço é ruim?
Sugere-se que falemos com vereadores. No entanto, a SPTrans
é que trata das linhas, sem passar pelos vereadores.
No Brasil, há cerca de 6 grandes empresários de ônibus. Cada
um deles tem entre 3000 e 5000 ônibus. Eles se associam com famílias locais e
fazem o transporte coletivo em diferentes cidades. É importante olhar nessa
perspectiva dos grandes interesses que são mais amplos que os locais. O próprio
Plano Diretor já vem articulado por esses interesses.
Téo cita que no Butantã, por exemplo, a especulação
atropelou o plano vigente. Tudo aconteceu sem nenhuma intervenção viária
pública. Há a liberação de empreendimentos sem controle.
Lúcio coloca que é importante termos um plano para a cidade
e que essa é, decididamente, uma discussão de caráter político. Temos que tirar
a ideia da técnica isenta, as disputas são políticas. Por exemplo, o
financiamento público de campanha tem que ser implantado, pois hoje o
financiamento de campanha é um investimento que quer retorno.
Outra luta importante é pela democracia participativa, com
plebiscitos, recall, conselhos deliberativos etc.
Silvana (de Pinheiros) fala da integração de todos os modais
como uma alternativa melhor do que o foco apenas nos ônibus. Para se resolver a
mobilidade é preciso descentralizar, ter zonas mais mistas e ir além do metrô e
do ônibus. A população também precisa de espaço para participar e se colocar.
Como fazer isso?
Lúcio fala que a construção de uma cidade dependente do
carro e de um zoneamento truncado, que não permite diversidade leva a cidade
que temos hoje, espraiada em função da industrialização baseada no automóvel e
no petróleo. Hoje vemos o prefeito Haddad fazer tanta coisa e não fazer
propaganda. Já os automóveis fazem propaganda a toda hora. No entanto, as TVs
são concessões públicas, mas não têm quase nenhum regulamento. Precisamos
descobrir os espaços e achar caminhos para desmontar essas realidades.
O GT de Mobilidade Butantã pretende discutir a mobilidade na
Região do Butantã. Um dos temas importantes é a ligação Norte-Sul pela
avenidas. Sugeriu-se um túnel, a respeito do qual os moradores do Butantã são
absolutamente contra, pois ele responde à lógica do automóvel. Qual o tipo de
transporte indicado para fazer essa “costura” entre as avenidas e bairros do
Butantã?
Sobre a polêmica a respeito das faixas de ônibus,
consideradas ineficientes, trata-se de uma iniciativa válida de romper com a
lógica do automóvel e de priorizar o transporte coletivo. Além disso, não é
possível fazer corredores em todas as vias e para que eles funcionem de fato
seria necessário uma estrutura mais complexa.
Sobre o seccionamento de linhas é preciso explorar a questão
da dupla tarifação da linha seccionada; o fato de que os terminais estão
sobrecarregados e de que hoje o sistema não tem corredores tronco-alimentados.
Além de se perguntar o porquê de não haver micro-ônibus intra-bairros
e transversais.
Lucio fala que no início da urbanização, a lógica da
atividade econômica era ter o trabalhador próximo ao trabalho e isso era
providenciado pelas indústrias e pelas grandes unidades agrícolas que estavam
interessadas no serviço. Com a diversificação, o transporte passou a ser uma
atividade de responsabilidade do poder público. O movimento pendular, da ida e
volta ao trabalho, é ainda a lógica da mobilidade na cidade. Uma das principais
questões a serem pensadas é como fazer com que o transporte coletivo seja o
mais parecido com o transporte individual. As linhas transversais, diferente
das pendulares, não são “eficientes”. Portanto, precisam ser financiadas. Outra
questão importante é qual a ideia que se tem de mobilidade. Basta fazer o
pêndulo? Ou a mobilidade é uma questão de direito à cidadania? Para que o
transporte coletivo seja eficaz é preciso entender vários aspectos. O primeiro
deles é como se contrata e se calcula um transporte. O custo de uma viagem de
táxi com 1 ou 3 passageiros é o mesmo. Portanto, passageiro não é viagem, mas
receita. No governo Luiza Erundina mudou-se a forma de contratação e passou-se a
contratar por fretamento. Passou-se a pagar o custo diário de um ônibus limpo,
regulado etc. A receita dos ônibus ia para a Prefeitura. A tarifa, que é
receita, era fixada numa planilha. Não é necessário estatizar o transporte
porque o investimento inicial é muito alto, ao passo que quando se freta uma
frota, esse investimento fica por conta do empresário. Hoje o sistema é ruim
porque é pago pelas pessoas de baixa renda. Quando as pessoas de poder
aquisitivo passarem a usar o sistema, ele certamente ficará melhor.
Se a mobilidade é a característica básica do urbano, da vida
urbana, hoje podemos defender a tarifa zero, assim como defendemos a saúde e a
educação públicas. O não pagar muda tudo, porque abre-se o direito à cidade a
todos os cidadãos. Quem tem mais e se beneficia mais com a estrutura urbana
paga mais imposto para viabilizar esse subsídio. Hoje o imposto maior é o
indireto. Por isso quem ganha menos acaba pagando proporcionalmente mais
imposto do que quem tem e recebe mais. A opinião pública sobre projeto de
tarifa zero, ou seja, de subsídio total do transporte pelo poder público a
partir de uma reforma tributária, teve, segundo uma pesquisa da
Toledo&Associados de 1990, 68% de pessoas a favor, sendo que 76% eram
também a favor da reforma tributária. Isso prova que não é possível fazer a
tarifa zero apenas em pequenos municípios, mas que é preciso ter uma atuação
política no sentido de democratizar a cidade, com uma reforma tributária
condizente com esses princípios.
A mobilidade exige que se pense nas ações que podemos tirar
na prática. Precisa ser encarada na sua dimensão política, por isso não pode
ser deixada na mão de técnicos. A participação direta da sociedade civil é
fundamental para se mudar a perspectiva e a qualidade da discussão.
Reunião GT Mobilidade Urbana Butantã
– 11 de fevereiro de 2014-02-12
Pauta
1. Informes
2. Candidaturas ao Conselho Municipal
de Trânsito e Transporte
3. Organização do Debate
I. Informes:
1. Dia 14 de fevereiro, manifestação na Praça Elis Regina. Na última manifestação pela volta do 577T/10 Vila Gomes/Jd Miriam, um gerente de operações da SPTrans ofereceu mediação e sugeriu um ônibus circular entre Vila Gomes e Estação Butantã do Metrô. Como essa não é a reivindicação, haverá nova manifestação na 6ª feira, dia 14, às 18 horas na Praça Elis Regina. A manifestação sairá às 19 horas pela Corifeu no sentido centro;
2. Dia 20 de fevereiro, quinta-feira, às 18 horas na Prefeitura (Viaduto do Chá): audiência com o Secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto A audiência foi articulada pelo MPL e o formato ainda não está definido. João Victor irá com perguntas para encaminhar ao Secretário caso seja possível. Também levará um documento escrito para entregar ao Secretário reiterando o pedido dos moradores do Butantã de volta de várias linhas de ônibus que foram alteradas ou extintas na região;
3. Dia 13 de fevereiro, 5ª feira, haverá uma conversa com o Vereador Nabil
Bonduki para falar sobre a retirada do desenho do túnel que reapareceu no Plano Diretor Estratégico. Participarão do encontro o Sérgio Reze, a
Aline Sasahara, o Renato Mancini e a Sonia Do;
4. Elio escreveu um documento falando sobre a linha 577T/10 e entregou ao João Lindolfo, articulador comunitário da SPTrans e morador da Previdência. No documento, Elio disse que o corte da linha foi um erro e que ela deve ser retomada sem qualquer alteração;
5. Outras linhas alteradas: Largo da Pólvora/João XXIII (cortada no final de semana), Cohab Educandário/Center Norte (o final foi alterado para Terminal das Bandeiras);
6. Conselheiro Extraordinário no CPM. Werner Regenthal, colega da Rede Butantã, é candidato ao Conselho Participativo Municipal como Conselheiro Extraordinário. As eleições estão em fase de organização, mas parece que ocorrerão no dia 30 de março em local ainda a definir. Pode acontecer de se dar apenas em um local, na Conselheiro Crispiniano, o que complicaria muito a votação dos moradores de outras regiões que não a central. Portanto, temos que nos mobilizar para que as eleições
aconteçam em cada subprefeitura que terá conselheiro extraordinário;
7. DATA??? Eleição dos Conselhos de Saúde (UBSs, AMA e Supervisão)
8. 13 de fevereiro. Reunião do CADES-BT com a participação da Loga para falar dos contêineres e da coleta de lixo na região, e da Sabesp para falar sobre o projeto Córrego Limpo;
9. 15 e 22 de fevereiro. Eleições para o Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (ver discussão detalhada a seguir);
II. Conselho Municipal de Trânsito e Transportes
O Conselho será eleito em dois dias diferentes:
Dia 15 haverá as eleições dos representantes por segmento, que ocorrerão em salas. Ou seja, quem está numa sala vai votar apenas no segmento que está sendo discutido naquela sala. O candidato do GT Mobilidade Urbana Butantã é o Elio J.B. Camargo, que concorrerá pelo segmento dos idosos. As eleições vão acontecer neste sábado, dia 15 de fevereiro, entre as 8h30 e as 12horas, na Universidade Nove de Julho, Rua Vergueiro, 235/249. Haverá apenas uma vaga no conselho por segmento, portanto precisamos de muito apoio ao Elio para que ele consiga a vaga;
Dia 22 haverá as eleições para os representantes por região. Cada região terá apenas um conselheiro, ou seja, Butantã, Pinheiros, Lapa, terão apenas um conselheiro. João Victor Pavesi será o candidato do GT Mobilidade Butantã para nossa região. É importante marcar a posição do Butantã na questão da mobilidade e se conectar com pessoas das outras subprefeituras. Como o representante por região deve ter uma chapa com suplente, João Victor vai mapear candidatos para tentar compor com pessoas de outras regiões (da zona oeste) ou, caso não consiga, falará com alguém da Vila Sônia ou da Raposo. As
eleições vão acontecer no sábado, dia 22 de fevereiro, das 8h30 às 12 horas na Subprefeitura de Pinheiros. Precisamos de mobilização via Rede Butantã para conseguir eleger o João Victor;
III. Audiência com Jilmar Tatto no dia 20 de fevereiro Em virtude da proximidade da audiência com o Secretário Tatto, o Grupo de Trabalho optou por discutir as ideias que o João Victor levará à audiência por escrito e questões que ele poderá fazer sobre os transportes no Butantã (caso o formato possibilite este tipo de debate).
1. João Victor levará uma carta com as reivindicações mais imediatas do Butantã.
2. As questões específicas devem virar questões sobre a cidade:
a. O corte de linhas obriga os passageiros a fazer mais transbordos. Estes
b. Por que a remuneração das empresas segue sendo por passageiro
c. Por que seguem se fazendo as concessões de longa duração? E por que são, em sua grande maioria, impróprios (distantes demais, muito demorados). O corte das linhas, como está sendo feito hoje, é bom apenas para os empresários. Até porque a remuneração das passagens é integral (mesmo na utilização do bilhete único, em que o passageiro só paga a primeira passagem caso ande apenas de ônibus). Como melhorar e dinamizar isso?; transportado? Por fretamento os ônibus andariam mais vazios e seriam uma alternativa viável ao automóvel; os consórcios, que hoje são 8, diminuirão para 3?
d. Por que antes da mudança das linhas, não se faz um estudo minucioso e uma discussão democrática junto à população para se fazer linhas-tronco de alta frequência? uma das opções?;
e. Faixa exclusiva X corredor. Quais as diferenças e vantagens de cada
f. Por que não há uma unificação dos sistemas? Como isso é possível.
As perguntas formuladas na primeira reunião do GT Mobilidade Urbana Butantã (questões que estão na ata divulgada na Rede-BT), nas quais constam reivindicações específicas da nossa região, foram impressas e entregues ao João Victor para a elaboração do documento a ser entregue na audiência. Na próxima reunião do GT Mobilidade Urbana Butantã será feita uma avaliação sobre a manifestação, as eleições e a audiência e começaremos a fazer trabalhos práticos de levantamento e estudos de alternativas para a mobilidade na nossa região, incluídos aí, pedestres, ciclistas, portadores de deficiência e todas as formas de mobilidade que temos na cidade.
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