domingo, 21 de março de 2021

"Socorro ao Butantã: A VIDA NÃO PODE ESPERAR. Abertura de leitos no HU já"

 CARTA MANIFESTO 

Prezados(as) jornalistas, legisladores(as), autoridades do executivo, conselheiros(as) da sociedade civil, população em geral,

 

A Rede Butantã de Entidades e Forças Sociais, movimento existente há mais de vinte anos na região da Subprefeitura Butantã, se reunindo mensalmente para discutir os problemas neste território, desde o início da Pandemia do Covid-19, passou a se reunir semanalmente para tratar as questões urgentes que estão penalizando a nossa população mais fragilizada. Nos últimos encontros, e na reunião de 17 de março, quando tivemos a presença de mais de 40 pessoas – lideranças comunitárias, servidores da saúde, conselheiros regionais, cidadãos da região – se escancarou a situação crítica que está se agravando nas áreas mais vulneráveis da Subprefeitura, em especial no Distrito Raposo Tavares, foco de grandes empreendimentos habitacionais, que vive uma sobrecarga sem precedentes sobre a estrutura de atendimento à saúde:

 O forte adensamento demográfico nos arredores da Rodovia Raposo Tavares, cujo distrito está recebendo um grande número de torres residenciais e condomínios, sem que isso reduza o número de ocupações/favelas de altíssima vulnerabilidade e sem a correspondente ampliação da cobertura de equipamentos de saúde que já era deficitária,  leva a um quadro insustentável de consequências desastrosas, com um número crescente de mortes.  Mas não só pelo Covid...

  1. Um dado chocante que tivemos conhecimento nesses encontros é a gravidade decorrente da falta de capacidade do atendimento psicossocial, com o aumento assustador do número de suicídios e dos casos de abusos pelo uso de álcool e drogas;
  2. A lotação do Pronto Socorro Municipal Dr. Caetano Virgílio Neto (PS Bandeirante) que está atendendo em capacidade máxima, assim como as AMAs – Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (atendimento clinico) da Região, com demanda crescente, inclusive, da população dos municípios vizinhos (Osasco, Cotia, Taboão da Serra) se apresenta cada vez mais perigosa;
  3. O número de profissionais de saúde afastados pelo COVID-19, ou que estão se aposentando, e a falta de reposição de quadro nas Unidades Básicas de Saúde não tem a devida atenção do poder público nesta época crítica.

 Diante desta realidade que se agrava a cada dia, vivemos uma situação inadmissível: a existência de leitos ociosos no Hospital Universitário -  HU, histórica referência em Saúde no Butantã, cujo desmonte nos angustia desde antes da pandemia. A reabertura total do HU vem sendo fortemente reivindicada através de ampla mobilização na região, liderada pelo Coletivo Butantã na Luta, também participante desta Rede Butantã, há mais de três anos.  Por estes motivos, vimos através desta intensificar esse CLAMOR:

Apelamos às autoridades que tomem providências urgentes e se comprometam a atender ao GRITO DE SOCORRO dos profissionais de saúde no sentido de abrir os leitos ociosos do Hospital Universitário, que inclusive já obteve aporte financeiro para isso, contratando de forma emergencial os profissionais necessários e equipando este hospital para atendimento imediato dos inúmeros casos de Covid que necessitam ser socorridos já. Reiteramos a necessidade que esse investimento para atendimento tão necessário seja mantido no pós-pandemia. É imperioso que esse triste quadro que enfrentamos agora, seja revertido logo.

 Certos da colaboração e comprometimento de todas e todos, para pressionar o Governo do Estado de São Paulo para ampliação imediata de todos os serviços e leitos do HU, nos solidarizamos com todas as pessoas que perderam e continuam perdendo seus parentes e amigos queridos neste momento em que a preservação da vida precisa ser o principal investimento do Poder Público em todas as instâncias.

 

quarta-feira, 10 de março de 2021

Reunião Virtual Rede Butantã – 03/03/2021

 Pauta: Revisão Plano Diretor Estratégico (PDE); Elaboração do Programa de Metas; Plano de Zoneamento; Plano Regional; Planos de Bairro.

Semelhanças e diferenças – onde os planos se encontram, complementam ou se afastam? Como a sociedade civil pode participar?

 Participantes:

1.       Ana Lucia Aurelio (Arquiteta, conselheira do CPM-BT)

2.       Ana Maria Iozzi Cassiani Serboncini (DRE-Bt – DICEU)

3.       Ana Luisa Perez  (CPM Butantã)

4.       Cecilia Figueira (Coletivo Flores pela Democracia, Pedagoga, Educadora Popular)

5.       Diva Nunes (Movimento de Moradia da Cohab Raposo Tavares)

6.       Edlayne Ribeirinho Amaral (COM-Bt, APEOESP e Coletivo Butantã na Luta)

7.       Erika Caracho Ribeiro (Professora e diretora da Etec Cepam, moradora da Vila Sônia)

8.       José Adão Oliveira (PIDS/MNU)

9.       José Fábio Barbosa Ferreira (Assessoria do Dep. Carlos  Zaratini)

10.   Lúcia Martins-Campos (Arquiteta servidora no Cadastro da Subprefeitura do Butantã

11.   Maria Bonafé (Arquiteta da Supervisão Técnica de Planejamento da Subprefeitura do Butantã)

12.   Mario Martini (Conselho Tutelar de Jundiaí)

13.   Marlene Bicalho (Fórum Verde Permanente)

14.   Martha Pimenta (Conselheira Cades-Bt e CAPS Adulto)

15.   Reinaldo Pacheco da Costa (ITCP/USP)

16.   Renan (Síndico do Condomínio Água Marinha – Jd. Boa Vista

17.   Riciane Pombo (Fórum Verde Permanente de Praças, parques e Áreas Verdes – Vila Mariana)

18.   Sandra Carreiro (Moradora da Vila Sônia)

19.   Solange Sánchez (Sociologa – SVMA/PMSP)

    Sonia Hamburger (Conselheira Cades Municipal – Conselheira CPM-Bt – Associação Cultural Morro do Querosene/ Conselho Gestor do Ponto de Economia Solidária)

21.   Valdemar Silva de Souza (?)

2.   Xenia Vaz (Síndica do Condomínio Agata – Jd. Boa Vista)

Comentários e informes nas apresentações:

- As reuniões estão sendo gravadas? Avaliar possibilidade de gravar e disponibilizar no Canal da Rede no Youtube.

- Informações da própria Rede Butantã – Breve histórico e canais de participação e acompanhamento: Página no Facebook; Grupo no Facebook; Site da Rede Butantã; Blog da Rede; GoogleGroups; WhatSapp.

- Martha Pimenta informa que também está reativando o seu blog, que divulga ações na região.

- Informe sobre reunião realizada na terça-feira, dia 2 de março, chamada pelo Conselho Gestor da Supervisão de Saúde em que foi apresentada a situação delicada que passa a região da Raposo Tavares com o aumento populacional sem aumento proporcional de serviços públicos, especialmente os de Saúde. (Pensar neste tema como ponto de pauta para uma próxima reunião.

 Apresentação Lúcia Campos (Arquiteta, funcionária da Subprefeitura Butantã, moradora do Butantã e participando da reunião em suas férias) – Plano Diretor, Programa de Metas, Zoneamento, Planos regionais e Planos de Bairro.

 Os slides da apresentação serão disponibilizados no site da Rede.

 Abaixo registramos alguns comentários e anotações  feitos na reunião:

1.       Levando em conta a dificuldade de participação popular nesta revisão do PDE, não seria importante reivindicar o seu adiamento e enquanto isso garantir o funcionamento de ferramentas para a sua realização?

- Abaixo-assinados  que cobram clareza de como será feita esta revisão e também o adiamento. A Rede Butantã é signatária de ambos. Confirmamos nesta reunião esta assinatura.

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScNNtHY7RD5QSVBXc3CeCrY1vZGQN6Z2Cx_vznHpDUggswI8g/viewform

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfX02u0vZSqG_CunTaPYSy7vppLURhZC-KqNJ_7_z32jMF0VQ/viewform

2.       Necessidade de curso que explique, assim como está sendo feito nesta reunião, os termos do Plano Diretor. Para a população em geral participar do PDE é muito difícil, com termos técnicos e desconhecidos – Apertar a tecla Sap.

        Diferença entre Plano Diretor e Plano de Metas. O Plano ou Programa de Metas é obrigação do executivo estabelecido por lei municipal e foi uma conquista da sociedade civil organizada. A obrigatoriedade do Plano de Metas foi estabelecida na Emenda no. 30 à Lei Orgânica do Município de São Paulo em 2008. (Uma iniciativa da Rede Nossa SP, a lei do Plano de Metas determina que todo prefeito, eleito ou reeleito, apresentará o Programa de Metas de sua gestão - portanto para os próximos 4 anos - em até 90 dias após sua posse. O documento deverá conter as prioridades: as ações estratégicas, os indicadores e metas quantitativas para cada um dos setores da Administração Pública Municipal, Subprefeituras e Distritos da cidade, observando, no mínimo, as diretrizes de sua campanha eleitoral e os objetivos, as diretrizes, as ações estratégicas e as demais normas da lei do Plano Diretor Estratégico). A obrigatoriedade do Plano Diretor Estratégico é estabelecida pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Cidade. Faz parte do arcabouço legal de execução da Política Urbana que tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana conforme diretrizes ali estabelecidas. No Capitulo 1 do PDE 2014 temos a seguinte definição: Art. 3º O Plano Diretor Estratégico orienta o planejamento urbano municipal e seus objetivos, diretrizes e prioridades devem ser respeitados pelos seguintes planos e normas:

I – Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e o Plano de Metas;

II – Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, Planos Regionais das Subprefeituras, Planos de Bairros, planos setoriais de políticas urbano-ambientais e demais normas correlatas.

4.       É importante ressaltar que trata-se de uma revisão para ajustes pontuais, o planejamento, diretrizes e objetivos estabelecidos no PDE 2014 estão válidos até 2029.

5.       A Lei de Zoneamento pode ser mudada em desacordo com o Plano Diretor? O Plano Diretor estabeleceu antecipadamente zoneamento em casos como os de proteção ambiental, os eixos de estruturação urbana ao longo de transporte de alta capacidade e a destinação de zonas de habitação de interesse social. Importante verificar o impacto deste pré zoneamento e as contradições com a Lei de Uso e Ocupação do Solo de 2016. Por outro lado, a revisão do PDE não deveria alterar coeficientes e índices estabelecidos na Lei de Zoneamento, mas para as Operações Urbanas Consorciadas, por exemplo, está previsto no Art. 139 do PDE, que suas Leis específicas, podem mediante contrapartida, modificar índices de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo bem como as normas para construir, assim como o Art. 145 faz o mesmo para as Leis referentes a PIUs (Projetos de Intervenção Urbana).

6.       O PDE estabeleceu Eixos de Estruturação da Transformação Urbana e  único que está no limite do nosso território é o Arco Pinheiros, que inclui apenas as áreas da USP e do Jóquei Club. Como a Operação Urbana Vila Sonia, prevista no PDE 2002, e suspensa pelo Ministério Público por falta de participação popular, não houve o estabelecimento de nenhum desses eixos que adentrasse o território, apesar de claramente a Raposo Tavares poder ser considerada um eixo. E não tendo qualquer instrumento que antecipe algum planejamento nesta região que está em ritmo de adensamento populacional intenso, vemos as consequências dessa omissão “explodindo” no território. Raposo Tavares é efetivamente um Eixo sem ter sido gravada como tal, o que isso significa?!! Será que os planejadores ficaram como medo do Butantã por termos derrubado no MP a OUC Vila Sonia? O que seria possível é aproveitar e ampliar as Diretrizes do Perímetro Rodovia Raposo Tavares, ID 216 do Plano Regional da Subprefeitura do Butantã, Decreto 57.537/16, que hoje está infra dimensionado, e redesenhar seu perímetro englobando os novos mega empreendimentos habitacionais ao longo da Rodovia e com suas demandas de equipamentos de saúde, educação e lazer bem como incentivos para o desenvolvimento econômico local para aproximar emprego de moradia e tornar esse perímetro indicação prioritária no Plano de Ação a ser definido para esta Gestão 2021-2024, 180 dias após a publicação dos Programa de Metas, como prevê o Art. 346 Parágrafo 4º do PDE.

7.       No site da gestão urbana existe documento chamado “Monitoramento e avaliação do PDE - https://monitoramentopde.gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/

Sobre o estágio dos Planos previstos no PDE consultar Relatório 2020 publicado em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/noticias/prefeitura-de-sao-paulo-publica-relatorio-anual-de-avaliacao-do-plano-diretor-estrategico/

e

https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2020/12/CIMPDE2020.pdf

8.       No mesmo site existe consulta aberta para o PIU Jockey – Observem como é favorável à construção imobiliária e não tem preocupação com preservação do Verde: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/piu-jockey-club/

9.       Atenção para os Planos Setoriais Urbanos e Ambientais previstos no PDE/2014. Observar os Planos Setoriais elaborados e em estágios diferentes de implementação. Muitos deles preveem metas e terão que ser implementados nos próximos anos (por exemplo: Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional; Plano Municipal de Habitação, Plano Municipal de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres / Planpavel, PMAU, PMMA, Plano Municipal de Saúde, Plano Municipal de Educação, entre outros). Propostas: Pressionar o executivo para colocar estes planos em ação e pressão para que o Núcleo Regional de Planejamento do Butantã seja efetivamente implementado e a instancia de planejamento das Subprefeituras já existente, a Supervisão Técnica de Planejamento Urbano, seja reconhecida institucionalmente como unidade técnica para exercer as atribuições de elaboração e acompanhamento do planejamento urbano no territorio.

10.   Proposta apresentação dos Planos Ambientais (Plano Municipal de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres, PMAU, PMMA) ao Cades-Bt.

11.   Núcleos Regionais de Planejamento, estabelecidos no artigo 324 do Plano Diretor Estratégico de 2014,. como instâncias vinculadas a cada Subprefeitura, atuando como um colegiado intersetorial e interdisciplinar responsável pela integração e articulação das políticas setoriais, bem como pelo acompanhamento das ações voltadas à concretização dos princípios, diretrizes e ações do Plano Diretor, dos Planos Regionais e dos Planos de Bairro.

12.   A composição atual dos Núcleos Regionais de Planejamento está na portaria 37/2019 de SMSUB porém não tem efetividade.

13.   Encaminhar solicitação conjunta CADES-Bt e CPM-Bt cobrando participação de servidor do Núcleo de Planejamento nos Conselhos. (Sonia e Martha encaminharão questão nos Conselhos), a partir da Supervisão Técnica de Planejamento Urbano ou a sua indicação.

14.   Importância de efetivamente promover o desenvolvimento dos Planos Regionais e Planos de Bairro estabelecidos nos artigos 344 a 346 do Plano Diretor Estratégico de 2014 e regulamentado pelo decreto 57.537 2016.

15.   Pressionar para que as ações iniciadas sejam continuadas.

16.   Atenção para as instancias estabelecidas e que devem ser interlocutoras das demandas da sociedade civil e atuar como aglutinadoras e articuladoras: CADES Regional, CPM, Conselhos de Saude, Conselhos das Escolas, Conselho Municipal de Planejamento Urbano, e demais conselhos. Nesse sentido no nosso território chamamos a atenção para a capilaridade e poder mobilizador do GT – Sustentabilidade da DRE - Bt

17.   ETEC Cepam não tem muitas condições de criar um curso sobre Plano Diretor, mas pode promover eventos que tratem do tema;

Informes, propostas e encaminhamentos finais:

1.       Encaminhamento de Manifesto da Frente de Luta Zona Oeste (#Fora Bolsonaro!) para avaliação para assinatura da Rede Butantã;

2.       Temos uma população enorme e o HU tem leitos fechados e o Hospital Sorocabana também e as pessoas estão morrendo nas filas aguardando leitos. Coletivo Butantã na Luta chama reunião virtual hoje às 19h00 para discussão do tema;

3.       Convite para participação nas reuniões do GT Sustentabilidade (DRE-Bt). Data e link de participação serão divulgados no grupo da RB;

4.       Referendada a assinatura pela Rede Butantã das duas cartas em circulação sobre o Plano Diretor (Links para acesso às cartas no início desta memória);

5.       Situação do Eixo Raposo Tavares – Ponto de pauta da próxima reunião.

6.       Convite a quem possa  participar da próxima reunião do GT Sustentabiliade para expor sobre o Plano Regional dos perímetros do Butantã, Plano Diretor ou Parques Lineares, que entrem em contato conosco por meio do e-mail ana.serboncini@sme.prefeitura.sp.gov.br

Próxima reunião dia 10 de março de 2021 – Quarta-feira – 9h30

Questões do Eixo Raposo Tavares – Adensamento populacional – Demandas sociais – Mobilidade

Grupo de organização da reunião: Diva Nunes, Fábio Barbosa, Xenia Vaz.