Caros
amigos
Como
vocês já devem saber, existem na região alguns movimentos sociais pautando
melhorias muito importantes. Entre eles destacamos duas lutas associadas, uma
pela implantação da tão prometida ciclovia ao longo das avenidas
Elizeu de Almeida e Pirajussara, ligando o Metrô Butantã, até o Taboão; a
outra é pela criação de um parque ecológico e esportivo no terreno da
Chácara do Jockey, na Vila Sônia.
Nessa
sexta feira, 25/05, a partir das 16hs, em frente à sede da PMSP,
haverá uma concentração de ciclistas, acompanhados de uma comissão
de lideranças e população locais, inclusive o padre da paróquia
Nossa Sra. de Fátima, a mais próxima à Chácara do Jockey, para entregar ao
Prefeito Gilberto Kassab um abaixo assinado, promovido por várias
lideranças mas principalmente pelas igrejas da região, pedindo pela
efetivação dessas duas importantes promessas.
A
ciclovia é uma promessa de vários anos, com projeto arquitetônico apresentado
oficialmente em cerimônias há pelo menos 5 anos, como se fosse ficar pronto
para esses dias. Consta do Plano Diretor Regional e era uma das poucas
propostas aceitas pela população no projeto da Operação Urbana Vila Sônia,
contestada duas vezes pelo Ministério Público por não cumprir a exigência de
audiências públicas (de verdade) e por contrariar os anseios da população.
A
transformação da área da Chácara do Jockey em parque público é igualmente uma
das poucas coisas que se salvam do rechaçado plano da Operação Urbana Vila
Sônia; consta do Plano de Metas da atual gestão e está incluída na proposta
dos 100 Parques. Foi prometida e alardeada pelo então secretário de
espeortes, Walter Feldman, em visita ao local e na presença de lideranças
sociais e grande contingente de população. Nessa ocasião o secretário ligou e
colocou no viva voz o secretário do verde e do meio ambiente, Eduardo Jorge,
e o prefeito Gilberto Kassab.
A
doação da área da Chácara à cidade para a implantação do parque estava dada
como certa sendo inclusive motivo de algumas reportagens. O processo de
doação passou por todas as secretarias e órgãos responsáveis, chegando até o
gabinete do prefeito. A doação seria feita contra o abatimento ou perdão da
dívida do Jockey Clube e era apontada como a forma mais rápida e fácil para
tirar o projeto do papel e efetivar a promessa. A desapropriação do terreno
do parque estava portanto paga. Porém, como se não soubesse nada do assunto,
a prefeitura renegociou a dívida, com um desconto de 25% (cerca de 53 milhões
de reais) e o restante a ser pago em 120 meses. Feito isso a população ficará
sem o parque, cujo Decreto de Utilidade Pública expia em março do ano que
vem, ou irá pagar com seus impostos duas vezes uma fortuna pelo que já estava
pago.
Em
função de tudo isso a população se mobiliza e irá realizar nessa sexta o ato
de entrega dos abaixo assinados ao prefeito.
Caso
vocês se interessem em saber mais, estão convidados à reunião de coordenação
do movimento, amanhã, às 20hs, na igreja Nossa Senhora de Fátima, à Rua
Nossa Senhora do Monte Serrat, 316 (altura do nº 4680 da Av. Francisco
Morato), no bairro Ferreira. Seria interessante também vocês
entrevistarem o Padre Darci: 3751-0200.
Segue
o cartaz de divulgação dos ciclistas (anexo) e a carta aberta à população
(abaixo, no corpo do texto.
Atenciosamente
Pedro
Guasco
7254-4406
Carta aos moradores da Vila Sônia
Nós
das entidades sociais há anos lutamos contra a verticalização desenfreada do
bairro ao sabor do interesse das incorporadoras. Há anos lutamos pela
construção da prometida ciclovia na Avenida Eliseu de Almeida e na Avenida
Pirajussara. E também temos lutado nos últimos meses para transformar a
antiga Chácara do Jockey em parque público municipal, o parque das crianças,
com áreas de lazer, pistas de caminhada e corrida, diversidade botânica e
outras melhorias que um ambiente desse tipo possa conter.
Certamente
existem muitas outras questões prementes na região, esperando por uma solução
por parte das autoridades, mas temos nos concentrado ultimamente nessas três
demandas, que são pontos comuns nas visões das lideranças comunitárias e de
todas as pessoas que procuram fazer da Vila Sônia um espaço com maior
qualidade de vida e tentam impedir a deterioração do pouco que temos de
valioso nesse sentido.
Parque. Dívidas praticamente impagáveis do Jockey
em relação ao fisco municipal fizeram com que fossem iniciadas negociações
para que o terreno da chamada Chácara do Jockey retornasse à Prefeitura.
Contávamos com ação urgente do poder público para viabilizar a utilização
daquela área como parque público. Ocorre que recentemente consta que o Jockey
Clube vem tentando renegociar a dívida e, assim, manter a concessão do
terreno. A Prefeitura, que já havia firmado compromisso com a criação do
parque, não pode, mais uma vez, através de procrastinação, deixar os
munícipes em expectativa frustrada.
Ciclovia. No final da década passada a ciclovia da
Eliseu de Almeida foi prometida aos moradores da região, como um elo entre a
divisa do município de Taboão da Serra e as imediações da Cidade
Universitária, o que hoje significaria ligação entre os limites da Vila Sônia
e a Estação Butantã do Metrô. A obra deveria ter sido finalizada antes mesmo
da inauguração da Estação Butantã, mas nada foi feito além de promessas.
Temos de nos mobilizar para conseguir essa importante via de transporte.
Verticalização. A Vila Sônia foi, décadas
atrás, área de fazendas de gado e de sítios de plantio de hortaliças,
fornecendo laticínios e verduras ao bairro de Pinheiros e a outros mais ao
norte. Ninguém aqui advoga o retorno àqueles tempos bucólicos, mas não
queremos ir para o extremo oposto, em que torres e mais torres sejam
construídas sem quaisquer critérios urbanísticos norteadores a não ser o
lucro. Grandes condomínios têm sido erguidos e os novos moradores, em sua
maioria, não estabelecem vínculos de vivência com o bairro, e o usam apenas
como moderna cidade-dormitório. Os antigos moradores vêm sendo engolidos
pelas sombras dos altos prédios e os sinais de telecomunicações têm-se
tornado cada vez mais precários por causa dessas novas barreiras. Os que
planejam o adensamento demográfico através da construção de numerosos prédios
residenciais não levam em conta a imensa quantidade de automóveis que terão
de conviver com os já existentes, inviabilizando uma vida saudável no
trânsito. Queremos impedir a aplicação da Operação Urbana Vila Sônia.
Queremos a discussão aberta de um novo Plano Diretor Estratégico para a
cidade de São Paulo.
S. Paulo, 25/04/12 - OCDC
Organização
Cultural de Defesa da Cidadania
Movimento
Butantã Pode
Rede Butantã de Entidades e
Forças Sociais
Entidades coligadas.
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quarta-feira, 23 de maio de 2012
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